Cresce a lista de alimentos ecologicamente corretos. Depois dos hortifrutigranjeiros, carne e leite orgânicos, chega ao mercado regional a primeira marca de açúcar cristal livres de resíduos de enxofre. A substância classificada como poluente e cancerígena pela Organização Mundial de Saúde (OMS), foi substituída pelo o ozônio nas operações de refino. O açúcar ecológico é produzido pela usina paraibana Monte Alegre, com tecnologia desenvolvida pela empresa pernambucana Gasil – Gases e Equipamentos e pode ser encontrado gôdolas das grandes redes de supermercados da região metropolitana do Recife, incluindo as lojas do Carefour e do grupo Pão de Açúcar.
Com preços semelhantes a do açúcar comum, o produto livre de enxofre já integra o cardápio de muitas famílias do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.Segundo a gerente industrial da usina Monte Alegre, Marlene Oliveira, o açúcar ecológico atende às expectativas de uma parcela significativa da população que aprendeu a dar preferência aos produtos menos nocivos a saúde ao meio ambiente. Ela explicou que, além de redução de custos de produção, o uso do ozônio eliminou a emissão de gases resultantes da queima de enxofre, tornando o processo de refino mais limpo.
A nova tecnologia permitiu a Monte alegre uma economia de custo de produção de 10%, através da eliminação das operações de risco no transporte, armazenamento e manuseio do enxofre. Parte dos recursos economizados foram remanejados para o pagamento do aluguel de uma máquina de produção de ozônio, instalada nas dependências da usina. Outro beneficio foi a melhoria no estado geral da saúde dos funcionários, que ficaram livres da exposição direta aos gases tóxicos provenientes a das operações de refino.
Marlene Oliveira disse a tecnologia começou a ser aplicada em caráter experimental há cerca de três anos e nesta safra permitirá a produção de 50 mil toneladas de açúcar ecológico. O produto possui um selo especial que chama a atenção dos consumidores mais preocupados com às questões relacionadas a saúde. Além disso, a eliminação do produto no processo industrial abre amplas perspectivas para entrada do açúcar brasileiro no mercado europeu.
O potencial de consumo do açúcar ecológico no mercado internacional é sustentado pela queda no subsidio pagos pelos paises europeus aos produtores de açúcar de beterraba. O fim do subsidio abre novas perspectivas para o fornecimento de 33 milhões de toneladas anuais de açúcar sem enxofre para paises como a Alemanha, França, Espanha e Itália. O sucesso do produto no nordeste e as possibilidades de conquistas de novos mercados em potencial são tão significativas que muitas usinas têm mostrado interesse na adoção da tecnologia em seus parques industriais.